segunda-feira, 14 de setembro de 2015

Festa no ArreMula



A Sevilhana é uma dança de par. Normalmente o par é composto por homem e mulher, mas é igualmente comum ver-se duas mulheres a dançar. A dança é feita em séries de quatro e cada uma é coreografada de forma diferente, levando o nome da sua posição cronológica: “primeira”, “segunda”, “terceira” e “quarta”.
Existem várias versões sobre a sua origem, há quem indique que as Sevilhanas vêm mesmo de Sevilha e outros não concordam… mas em ambos os casos concordam que advém da evolução do Flamenco para uma música e dança mais viva, mais alegre, mais colorida…
Historicamente estas são derivadas de música popular de Castela, apimentada com ritmos Árabes. Tecnicamente são uma evolução de músicas castelhanas, tem um padrão musical relativamente elevado, mas letras ricas baseadas na vida no campo, virgens, cidades, vizinhanças e claro temas de amor.
As Sevilhanas podem ser ouvidas em toda a Espanha, mas principalmente em feiras e festivais, incluindo na famosa Feira de Sevilha. Esta dança é constituída por passos base que se denominam de: “passeios”, as “passadas”, os “remates” e os “careos”; no entanto podem ser criados e desenvolvidos passos e caraterísticas próprias de cada bailarino.
É uma dança temperamental que exige uma grande parte de improvisação nos movimentos e gestos, cabendo a cada bailarino dar o seu toque pessoal, colocando a tónica na graça – quando dançam duas mulheres -, no salero ou na sensualidade, quando o par é misto.
Espero-vos numa próxima dança…





A HISTÓRIA DO ARCO-IRIS



Uma vez, há muitos anos, todas as cores do mundo começaram a discutir reclamando cada uma ser a melhor, a mais importante, a mais útil, a favorita.

O verde dizia: "É evidente que sou a mais importante. A minha cor é sinal de vida e de esperança. Fui a cor escolhida para os prados, para as árvores, para as folhas. Sem mim todos morreriam. É só olhar por campos afora para ver como eu estou em maioria". 
  
O azul interrompeu: "Só estás a pensar na Terra, mas olha para a cor do céu e do mar. A água é a base da vida e são as nuvens que a tiram do mar azul. O céu oferece espaço e paz e serenidade. Sem a minha paz, não passaríamos de corpos atarefados".

O amarelo riu: "São todas tão sérias. Eu trago o riso, a alegria e o calor para o mundo. O sol é amarelo, a lua é amarela, as estrelas são amarelas. Sempre que se olha para um girassol, o mundo inteiro começa a sorrir. Sem mim, não havia nada de divertido".

Foi o laranja que a seguir fez soar a sua voz: "Sou a cor da saúde e da força. Posso não existir em quantidade, mas sou preciosa porque sirvo às necessidades interiores da vida humana. Trago comigo todas as vitaminas mais importantes. Pensem só nas cenouras e nas abóboras, nas laranjas, tangerinas. Eu não estou sempre presente, mas quando encho o céu, ao nascer ou ao pôr -do -sol, ninguém mais pensa em vocês".
O vermelho já não aguentava mais e berrou: "Sou eu que mando em vocês todas, sou sangue, o sangue da vida. Sou a cor do perigo e da bravura, estou sempre pronta a lutar por qualquer causa. Trago fogo no sangue. Sem mim, a Terra estaria tão vazia quanto a lua. Sou a cor da paixão e do amor, da rosa vermelha e da papoula".
O rosa púrpura ergueu-se em toda a sua majestade: era muito alto e falou com grande pompa: Sou a cor da realeza e do poder. Os reis, os chefes e os bispos escolheram-me sempre porque sou sinal de autoridade e de sabedoria. Ninguém me questiona: todos me escutam e obedecem".
O violeta falou muito mais calmamente que os outros, mas com a mesma convicção: "Pensem em mim. Sou a cor do silêncio. Mal dão por mim, mas, sem mim, todos são superficiais. Represento o pensamento e a reflexão, o crepúsculo e as águas profundas. Sou preciosa para o equilíbrio e o contraste, para a oração e a paz interior ". 
E assim continuaram a contar os seus louvores, convencidas de que cada uma era melhor do que as outras, e a discussão tornou-se cada vez mais barulhenta. De repente, um relâmpago riscou o céu com o seu terrível brilho branco: o trovão ribombou. A chuva começou a cair incessantemente. As cores encolheram-se com medo, encostando-se umas às outras à procura de um pouco de conforto.
Então a chuva falou: "Vocês estão a lutar uma contra as outras, cada uma a tentar dominar as outras. Não é nada inteligente! Dêm as mãos e venham comigo. Venham lançar-se num grande arco de cores a cruzar o céu, a lembrar que todas são queridas e que podem viver juntas em paz".